JOSÉ CARLOS FREITAS
( Portugal )
en delírio há vinte anos – non nova sed nove – abril 2011. Revistazine comemorativa dos vinte anos de dlírios. Coord. Luís Paulo Meires e Mário Galego. Nazaré: 1991. ilus. p&b.
Ex. bibl. Antonio Miranda
Frankfurtiana
Primeiro, bejamin!
Benjamin mucho, benjamin mucho más.
Depois, hokheimer…
allzeimer.. allzeimer,
marque e use, marcuse, marcuse…
E então Ernst: bloch… bloch… bloch…
Teorias, estéticas…
análise do discurso de teu corpo,
semiótica de tua pele…
Buceta cubista,
pinto surreal:
ambos expresionistas.
No fim,: te adorno,
Theo, dor.
Passeio
Uma casa verde ladeada doutra vermelha.
Uma outra azul, mais outra amarela.
A rua sobe, torneia.
Nos jardins, rosas são cor-de-rosa
e violetas são violetas.
A vida é colorida: meus olhos, não.
Pessoas caminham; algunas delas, felizes.
Perseguem projetos futuros; eu, cicatrizes
que repasso de olhos no chão.
Num simples muro de um baldio terreno
folhas e flores, varias matizes.
O jambeiro tem aos pés tapete lilás.
E as pernas insistem tocar adiante
quem busca cicatrizes que ficaram atrás.
Senha
Chove… as músicas, no ráio, bregas…
choro fácil de matutina ordenha.
Choro o que é para ser dançado,
destino de esquecida senha.
Examino as minhas paredes,
nem é solidão o que me deplora.
Teço fomes de minas sedes
e o que danço sempre chora…
Skiá
Narciso, saber-me Eco.
Compaixão: sentido reflexo,
narcótico e curvilígneo,
abismo, chão, sozinho.
Beber dos olhos
a água cristalina…
Turvar das águas
Minhas mãos-rotina…
Nascer das águas,
eu sempre nasci.
Morrer das aguas,
eu sempre morri.
O olhar, nem fundo nem raso,
no rosto que tem prazo.
Dotar de asas um anjo,
deitar trincado um boneco.
Buscar toda vida Narciso,
sobrar toda lida Eco.
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Página publicada em abril de 2022
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